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Ubatuba, Praia do Forte e Fernando de Noronha, conectadas por tartarugas-verdes!

02/05/2025 - Resultados raros de pesquisas de longo prazo com espécies longevas! ↓

Vinte e quatro anos depois de registrada em Ubatuba, no litoral norte de SP, uma tartaruga-verde retorna à praia em Fernando de Noronha para desovar! Ansiosamente aguardada, esta é a primeira ocorrência registrada pela Fundação Projeto Tamar de uma tartaruga marcada ainda jovem, numa área de alimentação, sendo reencontrada adulta numa área de desova!

Em janeiro de 2001, a equipe do Tamar em Ubatuba foi chamada pelos pescadores colaboradores da Praia do Camburi, para registrar a captura acidental de uma tartaruga verde numa rede de cerco flutuante, armadilha de pesca artesanal tradicional na região. Na época, pesava 13kg e o comprimento da carapaça media 49cm. Recebeu duas marcas metálicas numeradas nas nadadeiras anteriores e então foi devolvida ao mar. Passados 24 anos, ela foi novamente encontrada, com pouco mais do dobro do comprimento da carapaça (103cm), desta vez colocando ovos na Praia da Quixabinha, em Fernando de Noronha!

Esse emocionante reencontro com a tartaruga marcada em Ubatuba não foi o único destaque recente nos registros do Tamar! Outra tartaruga-verde, marcada em 2010 na Praia do Forte, no litoral norte da Bahia, também foi identificada desovando em Fernando de Noronha. Quando foi marcada, há 14 anos, ainda era jovem e media 79cm de carapaça. Além de ser a principal área de desova de tartarugas-de-pente no Brasil, Praia do Forte é uma área reprodutiva para outras três espécies de tartarugas marinhas e também uma importante área de alimentação para as tartarugas verdes.

Agora, com registros destas tartarugas desovando em Noronha, amplia-se ainda mais a compreensão sobre as migrações dessa espécie e os vínculos entre diferentes áreas costeiras brasileiras. É a natureza mostrando sua conexão entre os territórios: Ubatuba, Praia do Forte e Fernando de Noronha unidas pelas rotas migratórias destas tartarugas-verdes!

Não se sabe ao certo a idade das tartarugas, mas é sabido que esta espécie, a Chelonia mydas, pode levar mais de 30 anos para atingir a idade reprodutiva! Estudos de genética realizados no final dos anos 90, mostraram que as tartarugas verdes encontradas em Ubatuba compõem um chamado “estoque mixto", reunindo tartarugas juvenis de origens diversas no Atlântico. A maioria delas, nascidas na llha de Ascencion, a cerca de meio-caminho entre Brasil e o continente africano. Outras, provenientes de áreas de desova na llha de Trindade/ES, Atol das Rocas/RN, Fernando de Noronha/PE, Suriname, Venezuela e até mesmo no Caribe.

Além de confirmar uma das origens das tartarugas verdes juvenis da costa brasileira, estes registros também trazem outras informações significativas para a pesquisa científica, como a durabilidade das marcas de aço-inox utilizadas, ratificando a validade desta metodologia em pesquisas de longo prazo.

Para avançar nos estudos sobre estes animais tão incríveis, longevos, de ciclo de vida complexo, desenvolvido em diferentes zonas dos oceanos, são necessárias pesquisas de longa duração, com a padronização da metodologia de coleta de dados e o compartilhamento das informações!

Atuando no monitoramento das capturas incidentais de tartarugas marinhas em pescarias costeiras de Ubatuba, desde 1991, a Fundação Projeto Tamar já devolveu ao mar mais de 12 mil tartarugas marinhas marcadas, com a colaboração dos pescadores! E espera-se que nos próximos anos, outros registros como estes venham a acontecer auxiliando os pesquisadores a compreender mais sobre as tartarugas e desta forma auxiliar na conservação destas espécies!

Esses registros também reforçam a importância do trabalho de monitoramento das tartarugas em áreas de reprodução, que a Fundação realiza há mais de 40 anos. Mais um resultado apontando que os esforços de pesquisa e conservação seguem na direção correta.

Além da importância científica, este reencontro da tartaruga verde foi gratificante e recompensador para as equipes de campo, como concordam os Coordenadores de Pesquisa e Conservação Rafaelly Ventura de Noronha e Henrique Becker de Ubatuba/SP que aplicou marca na tartaruga em 2001!

 

Tartaruga Tartaruga-oliva

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