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Ceará intensifica campanha Nem Tudo que Cai na Rede é Peixe

01/06/2010 - O Tamar/ICMBio retomou a campanha nacional, começando pelo Ceará, onde agora intensifica as ações de educação e conscientização. O foco são áreas com altos índices de captura incidental de tartarugas marinhas pela pesca. Leia mais. ↓

A campanha Nem Tudo Que Cai Na Rede É Peixe vem sendo intensificada pelo Tamar/ICMBio desde 2009, começando pelo Ceará, onde conta com apoio da Brandini e Petrobras. O litoral cearense é área de alimentação e corredor migratório das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, principalmente a verde (Chelonia mydas). O Estado é, também, importante porto pesqueiro, gerando assim forte interação entre esses animais e as diversas artes de pesca.

Desde o começo deste ano, segundo o coordenador regional do Tamar no Ceará, engenheiro de pesca Eduardo Moreira Lima, as equipes da campanha vêm se dedicando às áreas onde a captura incidental pela pesca atinge índices preocupantes, assim como no resto do país. No litoral cearense há também um esforço específico voltado para algumas comunidades onde ainda há resquícios de consumo e comercialização de carne de tartaruga marinhas.

Somente em 2009, o Tamar/Ceará salvou das redes de pesca e resgatou mais de 450 tartarugas, sendo que 76 foram encalhes. Entre janeiro e março deste ano, foram recolhidas 134, sendo 36 encalhadas. Porém, segundo Eduardo, esse número deve ser muito maior, pois a ingestão de resíduos sólidos e a pesca com redes de espera, entre outros fatores, têm causado sérios danos às populações de tartarugas marinhas que frequentam o litoral do Ceará e do Brasil.

“A campanha Nem Tudo que Cai na Rede é Peixe é importante instrumento de mobilização comunitária pela proteção das tartarugas marinhas. Essa edição traz novas ferramentas de educação e atrativos para transmitir melhor a sua mensagem aos pescadores, estudantes e a sociedade em geral”, afirma o coordenador do Tamar.

A base do Projeto Tamar/ICMBio no Ceará funciona, desde 1992, em Almofala, comunidade de pescadores descendentes indígenas da nação Tremembé. Fica a 190km de Fortaleza, no município de Itarema. Protege 40 quilômetros de praia, em uma área onde as tartarugas marinhas, também conhecidas na região como aruanã, se alimentam e descansam durante o ano inteiro, sendo capturadas incidentalmente em currais e redes de espera para lagostas, conhecidas como caçoeiras, que estão entre as principais artes de pesca artesanal utilizadas no litoral cearense.

Municípios e parceiros - Entre abril de 2009 e março passado, a campanha atingiu 10 municípios do Estado (Icapuí, Fortim, Aracati, Beberibe e Cascavel, no litoral leste; Trairí, Itarema, Acaraú, Camocim e Barroquinha, no litoral oeste), envolvendo comunidades locais, pescadores e mais de cinco mil estudantes de 130 escolas. Somente em atividades no Centro de Educação Ambiental do Tamar, em Almofala, a campanha foi apresentada a cerca de 6.500 moradores e 1.300 pecadores. Por conta da campanha, o Tamar conquistou assento permanente no Comitê Regional da Pesca da Lagosta, que é importante organismo para o gerenciamento da pesca da lagosta.

A campanha já realizou diversas atividades, como 16 exposições com público de aproximadamente 19 mil pessoas; palestras para estudantes e pescadores; mostras de DVDs institucionais, distribuição de material educativo, como cartazes, folhetos e camisetas, além de uma cartilha para quase 2.400 pescadores e líderes comunitários, ensinando-os como reanimar uma tartaruga afogada por ficar presa em redes de pesca.

Entre os principais parceiros do Tamar nesta campanha estão as colônias de pescadores; prefeituras municipais de Itarema, Fortim e Acaraú; e o Ibama/Ceará, através do Centro de Triagem de Animais Silvestres-Cetas e do Núcleo de Educação Ambiental-NEA.

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